Dois integrantes de uma organização criminosa suspeita de causar um prejuízo de R$ 55 milhões aos cofres públicos do Paraná e da União foram presos nesta terça-feira (13) na “Operação Cereais”, deflagrada pelo Departamento de Inteligência do Estado do Paraná (Diep), com apoio das polícias Civil e Militar. Cinco pessoas estão foragidas.
A quadrilha usava documentos de “laranjas” para abrir empresas e movimentar recursos, sem pagar tributos ao Estado e à União. A investigação, conduzida pelo delegado Renan Barbosa Lopes Ferreira, começou em julho deste ano após uma vítima procurar a polícia. O homem alegou que a quadrilha teria usado seus documentos para abrir a Pampas – comércio de cereais. Em pouco tempo, a empresa começou a acumular dívidas tributárias.
De acordo com o levantamento feito junto às Receitas Estadual e Federal, a dívida da Pampas era de mais de R$ 8 milhões - Destes R$ 3,6 milhões com o Estado e de R$ 4,9 milhões com o Governo Federal. Dois contadores que faziam parte da quadrilha foram presos em casa, na cidade de Ponta Grossa. Eles eram responsáveis pela documentação que criava as falsas empresas, algumas delas registradas no endereço do próprio escritório de contabilidade.
Durante a investigação, os policiais do Diep descobriram que a Pampas era apenas uma das empresas abertas de forma ilegal pela organização criminosa. “Descobrimos que a quadrilha era especializada neste tipo de golpe e já teria provocado, além de danos a particulares, um prejuízo de R$ 44,2 milhões à Receita Estadual e de R$ 11 milhões à Receita Federal, totalizando um rombo de pouco mais de R$ 55 milhões aos cofres públicos”, explicou o delegado do Diep.
Ferreira suspeita que existem mais vítimas da quadrilha. “Apreendemos na casa de um dos investigados dezenas de talões de cheques em nome de empresas, além de farta documentação. Nossa investigação tentará identificar novas empresas abertas de forma ilegal pela quadrilha”, completou o delegado.
Em uma casa na de Siqueira Campos, os policiais apreenderam 15 veículos, alguns deles de luxo, e outros de uma coleção de carros antigos, além de cerca de R$ 100 mil em dinheiro, mais de U$S 400, muitas joias e diversos documentos. A casa pertence a um suspeito que era alvo do mandado de condução coercitiva, mas ele não foi encontrado.
Ele, que é dono da empresa Monte Sinai-Gestão de negócios e participações, é sogro de um dos líderes da quadrilha. Durante a investigação, descobriu-se que os bens adquiridos pela organização criminosa estavam em nome da Monte Sinai.
Os alvos da operação são suspeitos dos crimes de estelionato, associação criminosa, falsificação de documento público, falsificação de documento particular, fraude processual, crime contra a ordem tributária e lavagem de dinheiro. As penas somadas podem chegar a 30 anos de prisão.
A Operação Cereais foi assim batizada porque as notas emitidas pelas empresas investigadas eram referentes ao transporte dos grãos. A ação policial aconteceu em Ponta Grossa, Londrina, Quatiguá, Santo Antônio do Sudoeste, Siqueira Campos e Francisco Beltrão. Participaram cerca de 30 policiais civis e militares, do Diep, especificamente do Núcleo de Repressão às Ações Criminosas Organizadas, policiais do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope), de delegacias do interior com o apoio do Grupamento de Operações Aéreas e da Polícia Militar.
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Babás são demitidas após vídeo polêmico vazar na web
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